Primeiro bebê a nascer na maternidade era de baixo risco e direção reforça necessidade de encaminhamento referenciado pelo Cora
Texto e Foto: Wedja Santos
Vinte quatro horas após a reabertura, a Maternidade Escola Santa Mônica (MESM) reforça a necessidade de as unidades de saúde da capital e, especialmente, do interior do Estado utilizarem o serviço do Complexo Regulador Assistencial (Cora) para o encaminhamento das gestantes. A preocupação da direção é a repetição de práticas que, em outros momentos, superlotaram a maternidade.
O primeiro bebê nascido na Nova Santa Mônica é um exemplo. A gestante veio de Marechal Deodoro, sem regulação do Cora, e foi mais um caso de baixo risco atendido pela maternidade. É uma linda menina de 46 centímetros, 2.590 quilos, nascida às 11h23 da segunda-feira (28), de parto natural. Ambas passam bem.
Os pais, Alany da Silva Nogueira e Leandro da Silva Santos, ainda não escolheram o nome da recém-nascida. “Estou muito feliz. Não sabia o sexo, por isso, só vamos escolher o nome depois. O mais importante é que ela nasceu, está bem e já estamos aguardando receber a alta”, disse Elany, nesta terça-feira.
Até as 10h de hoje, 11 gestantes foram atendidas. Dessas, cinco ficaram internadas. “Deixamos de atender à demanda espontânea. É importante que toda comunidade alagoana esteja consciente que qualquer problema com a gestante, ela deve ser levada para umas das maternidades ou hospitais de baixo risco do interior ou da capital. Somente a partir desse atendimento, a gestante de alto risco será encaminhada para a Santa Mônica ou Hospital Universitário, com a senha do Cora”, disse Telmo Henrique, obstetra e professor.
Sobre as pacientes de baixo risco vindas de outros municípios alagoanos, o obstetra ressalta que a Nova Santa Mônica está informando não apenas aos hospitais e Maternidades, como também às prefeituras, para que esses casos não se tornem recorrentes.
Segundo Telmo, as equipes de atendimento obstétrico dessas unidades hospitalares devem seguir o trâmite ao encaminhar as pacientes. “É importante que esse protocolo seja cumprido. Vamos continuar fazendo esse trabalho educativo que é um processo que trará benefícios futuros, principalmente, para as gestantes de alto risco do Estado”, destacou.
Ameaça de aborto
Telmo Henrique reforça ainda às gestantes e seus familiares que problemas como sangramento ou ameaça de aborto, que normalmente ocorrem no primeiro trimestre da gestação, são considerados de baixo risco e, portanto, devem procurar uma maternidade de risco habitual. “Essas unidades estão capacitadas para esses atendimentos”, destaca.
Sobre as gestantes de alto risco, Telmo explica que uma das causas de maior incidência nas gestantes encaminhadas para a Santa Mônica é a hipertensão, que segundo ele é um problema sério que pode levar à pré-eclampsia ou eclampsia.
Além da pressão alta, o médico cita a prematuridade, diabetes, obesidade mórbida, hemorragias de final de gravidez e placenta prévia como fatores de alto risco.”Todos esses casos também devem ser referenciados pelo hospital ou maternidade de baixo risco”, reforçou o obstetra.
FLUXO DE ATENDIMENTO – MATERNIDADE ESCOLA SANTA MÔNICA
Através desta, informamos o fluxo de funcionamento da Maternidade Escola Santa Mônica, pactuado junto as entidades de Estado, Município e esfera judicial responsável pela saúde do Estado de Alagoas.
Para efeito de esclarecimento:
1) Paciente de alto risco deverá ser atendida nessa maternidade através de encaminhamento pelo Cora; este não configurando alto risco a usuária deverá ser encaminhada ao risco habitual através do Cora;
2) Na vigência de livre demanda, esta deve ser orientada a procurar a referência de risco habitual pela vinculação da mesma ( anexa )
3) As pacientes do ambulatório MESM de alto risco deverão ser atendidas sem Cora, com encaminhamento do ambulatório na vigência de urgências, emergências e para internamento por indicação do mèdico acompanhante, ACOMPANHAMENTO PRÉ-NATALnão será realizado na triagem da maternidade;
4) Solicitações de exames externos (USG, SUMÁRIO DE URINA, TESTE DE GRAVIDEZ e etc…) não serão atendidos na maternidade;
5) As ambulâncias provenientes do interior do Estado, sempre que possível, não deverão ser dispensadas até definição da paciente;
6) As situações não previstas e que gerem algum tipo de dúvida deverão ser esclarecidas pela coordenação imediata;
7) A vinculação obstétrica proposta foi estabelecida pela coordenação da Rede Cegonha do Estado.
Maceió,29 de dezembro de 2015
Daniella de Castro Bulhões
GTM/MESM