Maternidades de baixo risco devem solicitar senha do Cora antes de encaminhar pacientes

Wedja Santos – Ascom/MESM

     A direção da Maternidade Escola Santa Mônica alerta as gestantes de todo Estado para o caso de necessidade de atendimento durante o feriado de Momo. Neste período todos os hospitais e maternidades estarão funcionando normalmente, e o fluxo acordado entre as instituições de saúde e o Ministério Público deve ser cumprido. Ou seja, toda gestante que precisar de atendimento deve procurar os hospitais de seus municípios ou, na capital, as unidades de baixo risco. Os casos avaliados como alto risco, devem ser encaminhados, através do Complexo Regulador Assistencial (CORA) para a Santa Mônica ou Hospital Universitário, de acordo com o mapa de vinculação e disponibilidade de leitos.

De acordo com Rita Lessa, diretora geral da maternidade, os gestores das unidades de saúde do Estado, bem como as equipes médicas e da enfermagem conhecem esse protocolo. Em Maceió, as maternidades credenciadas para atendimento através do Sistema Único de Saúde (SUS) são: Maternidade Nossa Senhora da Guia; Nossa Senhora de Fátima; Hospital do Açúcar e Hospital Santo António. “É importantíssimo que esse fluxo seja cumprido para evitarmos a superlotação. Contamos com a colaboração dos profissionais de todas as unidades hospitalares e pedimos às gestantes e seus acompanhantes para cobrar da unidade básica a senha do CORA antes de se dirigir à Santa Mônica ou Hospital Universitário”, apela a diretora.

Violência sexual

A Santa Mônica também é referência para o atendimento às mulheres Vítimas de Violência Sexual. As vítimas de violência na capital alagoana ou de municípios circunvizinhos, podem se encaminhar diretamente à maternidade. Nos casos de violência em cidades do interior do Estado, a vítima deve procurar a unidade de saúde mais próxima, onde será prestado o primeiro atendimento e, em seguida, será encaminhada para a MESM.

Na Maternidade, a mulher será atendida por uma equipe multiprofissional formada por assistente social, psicólogo, enfermeira e médico. Nesse momento, será realizado atendimento psicológico, coleta de exames iniciais para detecção de algumas doenças, bem como serão ministradas algumas medicações para tentar prevenir doenças sexualmente transmissíveis, além da contracepção de emergência para evitar gravidez e vacina contra hepatite B.

Em seguida, a mulher será encaminhada para o Hospital Hélvio Alto onde iniciará o uso dos antirretrovirais, também conhecido como coquetel, que consiste numa tentativa de se evitar uma possível a contaminação pelo vírus do HIV. “O quanto antes essa vítima iniciar o uso desses medicamentos, maior será sua eficácia. Por isso é importante que a busca pela unidade de saúde seja imediata”, apela Tereza Valéria, ginecologista do Programa de Atenção às Vítimas de Violência Sexual da MESM.

Tereza Valéria reforça necessidade de atendimento após o ato de violência

Tereza ressalta que as vítimas podem procurar diretamente a unidade hospitalar. “O atendimento médico independe do Boletim de Ocorrência. Ela pode procurar primeiramente o atendimento médico e deve ser atendida. partimos do princípio de que a vítima está buscando o serviço por uma verdade absoluta. O importante é que essa busca seja imediata”, destacou.

Após o atendimento médico, as vítimas maiores de 18 anos são orientadas pelo Serviço Social a buscarem as Unidades de Polícia para fazer o boletim de ocorrência. No caso das pacientes menores de idades o processo exige mais cuidado. A unidade de saúde deve fazer uma notificação ao conselho tutelar ou qualquer órgão policial do local onde aconteceu a violência. “Prestar queixa é uma opção da vítima, mas nós reforçamos a importância desse procedimento para dar subsídios às Unidades de Polícia para que eles possam inibir esse tipo de violência”, explicou a médica.

Após o atendimento de emergência, é feito agendamento para continuidade do tratamento no Ambulatório da Santa Mônica, com a equipe multiprofissional. “Esse ato de violência sexual deve ser visto de forma mais abrangente. Tão importante quanto tratar as cicatrizes do corpo, é tratar as cicatrizes da alma. Às vezes os traumas psicológicos são mais profundos do que as lesões do corpo. Por isso é tão importante o suporte da psicologia durante todo tratamento”, finalizou Tereza.