Com o objetivo de sensibilizar os profissionais da saúde acerca da humanização no tratamento para as perdas gestacional, neonatal e infantil, a Maternidade Escola Santa Mônica (MESM) lança, neste mês de outubro, a campanha ‘A perda gestacional e neonatal existe e tem rosto’. A campanha acontecerá durante todo o mês e contará com um ‘varal dos afetos’ em que servidores e usuários poderão se manifestar sobre o tema. O varal será disponibilizado no mural central da maternidade. Além disso, a campanha contará também com palestras, rodas de conversa multiprofissional, que acontecerão de forma virtual, além de vídeos sensibilizadores e distribuição de fitinhas. A programação das atividades online e os respectivos links de acesso serão divulgados posteriormente.
De acordo com a psicóloga da MESM Esmeralda Ramires, apesar da maternidade já realizar ações de atenção humanizada, envolvendo toda a equipe multiprofissional, como a despedida dos pais ao natimorto e neonato, acompanhado de um psicólogo, é preciso se empenhar ainda mais nesta causa. “Podemos melhorar o cenário com novas práticas. E o primeiro passo é a sensibilização dos profissionais. Precisamos falar sobre isso”, disse Esmeralda.
A ideia da campanha na MESM foi fruto da inquietação de algumas servidoras da unidade em prol de uma atenção humanizada às famílias envolvidas nesse drama. A assessora de humanização da MESM, Leopoldina da Graça, juntamente com a psicóloga Esmeralda Ramires e a fisioterapeuta Anna Grace, se interessaram pela temática que foi apresentada no Curso de Acolhimento, promovido pela Assessoria de Humanização da maternidade de forma online, no último mês de agosto. As idealizadoras também contam com o apoio da técnica de enfermagem Rochellane.
Para as idealizadoras, a temática deve ser abordada, pois “quem já vivenciou uma perda dessas sabe: a perda gestacional e neonatal é a perda de um projeto familiar. A sociedade não tem alcance do tamanho do sofrimento. Há um tabu. O que gera ainda mais sofrimento”, explicou a psicóloga e complementou “as perdas gestacionais e neonatais causam grande sofrimento às famílias, gerando uma dor silenciosa e solitária, que precisa ser acolhida com empatia, gentileza, cuidado e amor. Em grande parte dessas perdas, os profissionais de saúde são os primeiros a estar com a família. Assim, é importante que a equipe esteja preparada para oferecer uma assistência adequada diante dos abortamentos, natimortos e das perdas neonatais”.
Sobre o outubro azul e rosa
Lançado em 1988, inicialmente nos EUA, o ‘outubro azul e rosa’ foi ganhando forças e se espalhando pelo mundo. Em 2002, o dia 15 de outubro foi instituído como o Dia Mundial de Sensibilização para as Perdas Gestacional, Neonatal e Infantil. O símbolo é a fitinha azul e rosa, que representam bebês que logo cedo partiram.