Novembro Roxo: Santa Mônica reforça a importânciada prevenção da Retinopatia da Prematuridade

Exame de mapeamento de retina é essencial para prematuros, e tratamento pode evitar a cegueira que afeta cerca de 50 mil crianças no mundo

Oftalmologista Daniela Lyra realizando consulta

Referência estadual no tratamento da retinopatia da prematuridade, a Maternidade Escola Santa Mônica (MESM) destaca, durante o Novembro Roxo — Mês da Prematuridade — a importância da prevenção e tratamento dessa condição, alertando para os riscos de baixa visão e cegueira em bebês prematuros, especialmente os nascidos antes da 32ª semana de gestação. No mundo, estima-se que a doença já deixou 50 mil crianças cegas, sendo uma das principais causas de cegueira infantil evitável, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Este ano, o tema do Novembro Roxo, “Acesso ao Cuidado Materno e Neonatal de Qualidade em Todos os Lugares”, enfatiza a necessidade de ampliar os cuidados neonatais. Os avanços tecnológicos permitem a sobrevivência de bebês cada vez mais prematuros, mas aumentam a necessidade de atenção especial para doenças cujos riscos decorrem da imaturidade do bebê, como a retinopatia da prematuridade (ROP).

Estudos indicam que a prematuridade e o baixo peso ao nascer são os principais fatores de risco para a ROP, que resulta da formação desordenada dos vasos sanguíneos na retina de bebês prematuros e pode comprometer o desenvolvimento ocular. A oftalmologista Daniela Lyra, especialista em ROP, ressalta que os cuidados multiprofissionais têm reduzido os casos graves e aumentado o sucesso dos tratamentos na maternidade, graças ao suporte adequado oferecido aos recém-nascidos.

O pequeno Heitor nasceu prematuro, com 29 semanas de gestação e pesando apenas 940 gramas. Ele realiza acompanhamento no serviço especializado no tratamento da Retinopatia da Prematuridade da Maternidade. Segundo a médica responsável, Heitor está apresentando evolução normal, e, até a quarta consulta, não houve necessidade de intervenções, como injeções ou procedimentos a laser. 

“Ter nascido aqui foi ótimo, porque ele recebeu toda a assistência que precisava e ainda precisa, já que continua sendo acompanhado. Quando a médica explicou que ele precisaria de acompanhamento, eu fiquei tranquila, pois ela falou sobre os riscos da doença e me deixou confiante ao explicar que existe tratamento, caso seja necessário”, destacou Joiliane dos Santos, mãe de Heitor. 

Joiliane dos Santos e o pequeno Heitor

Tratamento

No Brasil, a retinopatia da prematuridade é uma preocupação de saúde pública, especialmente com o aumento da sobrevivência de prematuros em UTIs neonatais. Recomenda-se que todos os bebês de risco passem por exames oftalmológicos entre a 4ª e a 6ª semana de vida, para monitorar o desenvolvimento dos vasos da retina até sua completa vascularização. Em estágios mais graves, outras intervenções cirúrgicas podem ser necessárias para prevenir a cegueira.

Em 2025, o serviço de avaliação e tratamento da retinopatia da prematuridade da Maternidade Escola Santa Mônica celebrará 20 anos de atuação. Reconhecido pela excelência, conta com os oftalmologistas especialistas Helder Santana e Daniella Lyra, que utilizam os dois dos tratamentos mais modernos disponíveis: o laser, aplicado na área periférica da retina ainda não desenvolvida, e as injeções de antiangiogênicos, que auxiliam na regressão da doença, permitindo o desenvolvimento normal da retina.

“É fundamental que todos os bebês prematuros realizem o exame e façam o acompanhamento e tratamento, caso necessário. Na Santa Mônica, realizamos o exame em qualquer unidade onde o bebê esteja internado, seja na UTI, UCI, enfermaria Canguru ou no ambulatório”, explica a oftalmologista.

A médica observa que a avaliação para a retinopatia da prematuridade é diferente do teste do olhinho, normalmente realizado pelo pediatra para verificar se há opacidades que prejudiquem a passagem de luz, como catarata congênita, tumores oculares ou alterações na córnea ou cristalino.

Aproveitando o Novembro Roxo, a especialista alerta pais e familiares de bebês prematuros sobre a importância do monitoramento contínuo da doença, pois, mesmo após tratamentos bem-sucedidos, esses bebês podem desenvolver outras condições visuais, como estrabismo e ambliopia, que também exigem acompanhamento constante.