Unidade conta com doação externa para garantir o alimento vital para a recuperação e desenvolvimento dos recém-nascidos internados
“O leite está fazendo muita falta para os meus bebês”. Foi com essa fala que Isabela de Morais, mãe dos trigêmeos internos na Unidade de Cuidados Intermediários Canguru (Ucinca) começou a entrevista. Isabela tem 21 anos, mora no povoado de Minador do Lúcio, em Cacimbinhas, é universitária e, recentemente se tornou mãe de Maria Eloisa, João Rafael e José Miguel. Os trigêmeos nasceram prematuros, com 30 semanas, e são os primeiros filhos de Isabela.
Por ser uma gravidez de risco, Isabela já esperava que o parto fosse prematuro. “O médico estava tentando segurar até as 35 semanas, mas meu corpo não aguentou e os bebês nasceram antes”, lembra. Os bebês passaram pela Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN), Unidade de Cuidados Intermediários Convencionais (Ucinco), e agora estão com a mãe a tia na Ucinca, até atingir o peso ideal para alta hospitalar.
Apesar da felicidade pela saúde dos bebês, Isabela não tem leite para amamentar os três. “O leite que eu consigo produzir, supre apenas a necessidade da Maria Eloisa que apresentou intolerância a lactose e não pode tomar outra fórmula, os outros estão tomando complemento, porque meu leite não é suficiente”, disse Isabela e complementou: “a gente ouve muito falar sobre doação de leite, mas eu sempre me perguntava por que precisavam tanto, mas agora eu sei como o leite materno doado é necessário. A gente só sabe a importância da doação quando precisamos”.
Isabela conta com o apoio da irmã, Andreza de Morais, que a acompanha e ajuda com os bebês. “O José Miguel está há dois dias sem fazer cocô, e isso é muito ruim pra ele”, disse Andreza, ao relatar a importância do leite materno para os sobrinhos e a dificuldade para evacuar que os mesmos apresentam ao tomar fórmula.
Doação de Leite
Sendo o leite materno alimento vital para o desenvolvimento dos recém-nascidos, a equipe multiprofissional do Banco de Leite Humano (BLH) da Maternidade Escola Santa Mônica (MESM) trabalha para que o leite chegue a todos os bebês internos na unidade, entretanto o estoque está abaixo do necessário e o BLH continua precisando de doações.
De acordo com Andréa Pinheiro, coordenadora do BLH da MESM, o banco precisa de doações contínuas, pois a maternidade é referência para recém-nascidos prematuros e constantemente nascem gemelares na unidade, como é o caso dos bebês de Isabela. “É importante que todos saibam que o leite doado é destinado aos bebês internos na UTIN, UCINCO e UCINCa. No caso dos trigêmeos, o leite materno se faz ainda mais essencial, já que as mães de trigemelares, normalmente, não produz suficiente para alimentar todos os bebês”, disse Andréa.
O BLH da MESM promove o aleitamento materno, coleta de leite, processamento e controle de qualidade, sendo referência estadual. Além disso, orienta as mães doadoras, fornece os kits de doação e realiza a coleta na residência. A MESM é referência estadual para o atendimento às gestantes de alto risco, por esse motivo, grande parte dos bebês nascidos na unidade são prematuros e necessitam de leite materno para sobreviver.
Ao todo, para suprir a carência dos recém-nascidos, a maternidade necessita, em média, de 08 a 10 litros de leite humano por dia. “Para atingir essa meta, precisamos de mães com excesso de leite engajada com nossa causa e somos gratas a cada uma delas, pois salvam vidas diariamente”, finaliza Andréa.
O BLH funciona 24 horas, para doar basta procurar a maternidade, localizada na Avenida Comendador Leão, no Poço, ou ligar para o número (82) 3315.4434.