Servidora cadeirante da Santa Mônica participa de pesquisa da Universidade de Brasília

Documentário pretende compreender as consequências da pandemia em pessoas com deficiência

 

Muitas são as vertentes pesquisadas em virtude da pandemia do coronavírus. A assistente em administração Paula Ravenala Moura Alves, primeira servidora cadeirante da Maternidade Escola Santa Mônica (MESM), foi personagem do projeto de pesquisa “Pessoas com Deficiência e COVID-19: construção de conhecimento, redes de acompanhamento, cuidado e prevenção”, da Universidade de Brasília (UnB).

O objetivo da pesquisa do professor Éverton Luís Pereira, do Departamento de Saúde Coletiva da UnB, é compreender as consequências da pandemia do coronavírus entre as pessoas com deficiência e suas famílias, e ainda tem como propósito fornecer subsídios para a elaboração e execução de ações para esse grupo durante e após a pandemia.

Para melhor difusão desse conteúdo, Paula também participou da produção de um vídeo documentário sobre a vida das pessoas com deficiência durante a pandemia, cuja gravação foi realizada no dia 10 de setembro e ressaltou sua rotina em casa, o trajeto enfrentado até o local de trabalho, bem como o desenvolvimento de suas atividades dentro da instituição.

Em sua rotina e, consequentemente, durante a gravação do vídeo, Paula enfrentou alguns desafios, entre eles a distância da parada do ônibus até o local de trabalho. “Eu já pedi, mas o motorista do ônibus alegou que não pode parar em frente à maternidade por não ser ponto de parada”, explicou Paula. Dessa forma, ela é obrigada a utilizar a mesma via dos ônibus, carros e motos, já que a irregularidade das calçadas inviabiliza que pessoas cadeirantes as utilizem.

“Durante a pandemia fiquei meio receosa de como eu iria reagir quando tivesse que voltar a trabalhar e andar de ônibus. Mas graças a Deus, não passei mal, nem tive crises, foi tudo tranquilo dentro do possível. Dá um pouco de ansiedade, mas eu fico jogando no celular ou lendo para passar o tempo no ônibus. Eu espero sinceramente, que tenha mais proteção, pois dentro do ônibus a realidade é outra, não tem como manter o distanciamento. Temos que pedir proteção a Deus e se proteger também, álcool em gel constamente, máscara e nos resguardar”, destacou Paula.

Os primeiros resultados da pesquisa já estão disponibilizados na revista Scielo, através do link https://www.scielo.br/j/icse/a/5jt6TTK54FxZnwdD9jkpNBm/?lang=pt com o título Invisibilidade sistemática: pessoas com deficiência e Covid-19 no Brasil.